domingo, 20 de novembro de 2016

o dia em que o homem vitruviano foi parar na churrascaria

"-Homem vitruviano!" -oi? Em plena churrascaria essa frase soaria estranha,não?Pois foi com surpresa que a ouvi.Estávamos concentrados na cobertura da queda de um helicóptero,supostamente derrubado em pleno voo. Coisas "banais" (!!??)em se tratando do Rio de Janeiro.Virei o rosto e vi o garçom , um menino de seus 20 anos, olhando fixamente para a camisa que um de nós usava, em que estava o famoso desenho encontrado nos apontamentos de Leonardo da Vinci sobre a proporção divina do corpo humano, chamado então Homem vitruviano... Sorrimos para ele e confirmamos. - Sim, é ele..Ele sorriu também e disse: - Eu sei.Li no Código da Vinci.. Eu comentei que lera Dan Brown e gostara bastante de Anjos e Demônios. Ao que o menino completou que não tinha lido ainda,mas que adorara Ponto de Impacto e que eu deveria ver, pois era muito bom.Acrescentou ainda que o que mais gostava era a parte das investigações políticas dos livros de Brown.Falamos ainda um pouco sobre o quanto os livros do escritor,apesar de não serem maravilhosos, têm muitas informações interessantes sobre arte e ciência... Logo que ele se afastou me lembrei de uma conversa, coincidentemente ocorrida na sexta-feira, em que um colega de sala me dizia que não via razão para os livros de Brown, (esses best-sellers que os eruditos insistem em dizer que não leem e não gostaram e os que curtem leituras mais leves amam..)...E não pude deixar de me lembrar das técnicas de storytelling, em que se criam estratégias para contar uma boa história...Se utilizamos tais estratégias para captar a atenção de clientes, por que não poderiamos utilizá-las para que a história da arte despertasse atenção,se aproximasse de mais pessoas, a tal ponto que fosse facilmente reconhecida em um lugar absolutamente improvável como uma mesa de restaurante, em pleno vai e vem de carnes e bandejas?Triste lugar esse da arte, longe da vida cotidiana, restrita a seu papel aurático e, definitivamente, elitista... obs: antes que cheguem as primeiras pedras, tenho mil criticas à construção e pesquisa historica de Brown e seu próprio estilo de escrita, mas que o autor consegue contar bem uma historia,isso é inegável..fica a dica pros amigos escritores de textos cientificos..hehehe.

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